O projeto da loja rural da Cadeia das Mulheres foi pensado inicialmente como uma embaixada para o vinho verde, mas rapidamente se revelou um local de eleição para a promoção dos produtos regionais de excelência de Ponte de Lima.

A intervenção propõe uma restruturação ao nível do espaço interior, conferindo-lhe um carácter cénico que nos remete para a cultura vinícola, onde a madeira assume protagonismo num espaço que nos parece transportar para o interior de uma pipa de vinho. No exterior são preservadas as portas e janelas existentes. O edifício possuí duas entradas distintas e opostas, uma à cota baixa, confrontando diretamente com Passeio 25 de Abril e com a margem fluvial, e outra à cota alta, à qual se acede a partir da muralha. A intervenção tira partido de ambas, propondo uma reinterpretação dos três pisos da estrutura original através de uma intervenção que sugere um percurso contínuo de ascensão.

No rés-do-chão, surge a loja propriamente dita, com um bar para provas e venda de produtos regionais. No piso superior surge inusitadamente um pequeno auditório, suportado estruturalmente pela “pipa”.  A loja ganha assim uma dimensão que transcende a venda de produtos, assumindo o carácter de divulgação e promoção, com a possibilidade de realizar um leque mais abrangente de iniciativas: palestras, projeções e outros eventos. O pequeno auditório permite reforçar o carácter cultural do edifício, complementando o espaço adjacente da Torre da Cadeia Velha.

A excelente localização na frente rio, em pelo núcleo da vila, a polivalência do programa e a inesperada intervenção permitiu que a loja se implementasse como verdadeira embaixadora da cultura limiana.