O Arquivo de Sta. Maria da Feira resulta da intervenção na antiga Casa dos Magistrados, um edifício da década de 60 do séc.XX, já bastante degradado e alterado, com o objetivo de centralizar um importante acervo documental físico e digital.

Das diversas adaptações que o edifício foi sofrendo ao longo dos tempos resultou uma ocupação total do lote, com anexos e estruturas industriais, que envolviam uma construção residual da antiga Casa dos Magistrados, resumindo-se ao volume parcial que mesmo assim ainda mantinha a imagem pública para a rua Dr. Elísio de Castro.

A intervenção centrou-se na ideia do exercício de  diálogo entre o acesso comum, a imagem pública e a proteção, ou uma certa inacessibilidade, dos espaços mais íntimos do Arquivo.

Na nova construção em betão resolvem-se os espaços de arquivo, acessos, e áreas técnicas, reservando-se para o edifício existente reabilitado, acima da cota da rua, os espaços de acesso ao público e as salas de pesquisa e gestão.

Retomando o exercício de projetos anteriores em que o edifício cede o seu domínio ao prolongamento do espaço urbano, da demolição dos anexos existentes resultou uma nova praça urbana, suportada na cobertura, nova construção, que alberga os pisos inferiores, onde se localizam os espaços de arquivo e tratamento documental prévio.

Aproveitando o desnível no terreno entre a entrada principal e a fachada de tardoz, localizou-se a cota baixa a entrada de serviço para um edifício de 3 pisos, que funciona como a contenção de terreno de todo o lote e cria a base onde assenta na sua cobertura a antiga Casa dos Magistrados, agora completamente liberta e enquadrada numa nova praça, que antecede a entrada principal.