A proposta para o edifício Gris intervém numa preexistência virtual. Um projeto pronto e completo, que se pretende melhorar. Ter de manter a estrutura, as redes de infraestruturas, e os condicionamentos legais, de um projeto já aprovado, empurram qualquer intervenção apenas para o campo da decoração de interiores, o que é importante, mas insuficiente para a refundação do edifício enquanto expressão do conceito da VH como empresa e como “construtora de cidade”.

Por isso o desafio é sempre o de saber estabelecer o grau de intervenção suficiente para que esse melhoramento seja possível e o limite a partir do qual o processo em curso ganha graus de complexidade inexequível.

O projeto começa logo na forma como entramos na propriedade, reformulando a base do edifício que, como uma topografia moldada, cria também os espaços sociais do piso térreo, de forma a que se transformam numa peça única e indivisível.

Sobre esta base pousa uma intervenção de fachada delicada, em diálogo com as janelas “existentes” e um remate do edifício que não deixa o acaso da profusão técnica das chaminés, elevadores e caixas de água tomar conta do “skyline”.