O território é como o homem quiser.

A organização do, ou de um, espaço é sempre um pau de dois bicos. Por um lado deverá ser quase como que automática, natural. Por outro requer algum cuidado.  Sejamos claros, o conteúdo desenvolvido não aspira a ser um tratado sobre a organização espacial mas sim uma espécie de manual de instruções para um melhor aproveitamento/entendimento de um espaço. 

É a visão jmca da ‘coisa’. 

A presença de um tapete funciona como um princípio estruturador, para uma qualquer organização do espaço. A colocação de um tapete delimita uma zona, desenha no chão uma área que fica afecta a uma determinada acção. Um tapete é sempre um lugar noutro lugar; outro modo de usar o mesmo espaço, não só pelo que oferece, mas pelo que impõe, sugere ou simplesmente omite. O tapete é uma base, um dos mínimos  organizadores de espaço, onde a analogia com a cartografia o transforma num elemento pedagógico de compreensão do território.

A peça que propomos acabou por se ‘encaixar’ neste tema. É uma espécie de tapete e também uma espécie de sofá, ou qualquer coisa que sugira/provoque uma organização logo uma utilização.  As ‘serras’ escolhidas são uma aproximação física ao lugar, a lugares maiores que se tornam objectos à escala das necessidades, do corpo e do desejo. As ‘serras’ abatem-se, desmontam-se em fatias e com as suas curvas se desenham percursos, à vontade; flexibilidade para usar e organizar o espaço, dar ao sujeito o poder de agir e decidir, tal como a Natureza, que sempre lhe ‘indicou’ as mais interessantes formas de habitar.