MENU

CONTACTO

SEARCH

PROJECTOS

_

EM CURSO

TODOS

SOBRE CA

_

ATELIER

EQUIPA

CA DENTRO

_

LOJA

SEARCH

MORADA

_

ca@carvalhoaraujo.com

Largo de Santa Cruz, 506, 1 Andar 

4700-322, Braga Portugal
253 283 580 (chamada para rede fixa nacional)

PRESS

_

dc@carvalhoaraujo.com


- Publicar algum projeto ou assunto sobre o atelier.
- Obter informações sobre os projetos para fins académicos, ou organizar visitas de estudo.
- Solicitar a participação do atelier em conferências ou outro tipo de eventos.

PROJETOS

_

jca@carvalhoaraujo.com

- Saber o que fazemos e como trabalhamos.
- Como encomendar um projeto.
- Propor alguma parceria ou investimento.

CANDIDATURAS

_

jobs@carvalhoaraujo.com

- Envio de candidaturas para estágios, emprego e colaborações.

SEARCH

CA Dentro #4
NOTÍCIAS
CA Dentro #4
Atelier Carvalho Araújo, Braga

Foram dois dias de CA Dentro. Sexta, das 17h às 20h e sábado, das 11h às 20h, mas parece que nunca termina no dia em que acontece. Fica a ecoar no atelier, nos corredores, nos desenhos pousados nas mesas e nas conversas que se prolongam depois. A cada edição sentimos a mesma coisa. Que há sempre mais para mostrar, mais para abrir, mais para afinar. O evento durou dois dias, mas o movimento é contínuo.

Dois dias que funcionaram como aceleração e suspensão ao mesmo tempo. A energia de portas abertas, o vaivém de gente, a curiosidade, a hesitação, o silêncio, a surpresa… e depois aquele vazio lento quando a porta finalmente fecha. Mas o que interessa no CA Dentro nunca é só o que acontece nesses horários. É o que se revela, o que se confirma e o que regressa depois, quando já não há público nem ruído.

CA Dentro #4
CA Dentro #4
CA Dentro #4

A verdade é que, a cada edição, percebemos algo essencial. Esperamos sempre mais. Não “mais pessoas”, não “mais espetáculo”, mas mais tempo de olhar, mais espaço de conversa, mais entrega ao processo. E, de forma quase paradoxal, quanto mais espaço criamos, mais tímidas as pessoas parecem ficar. Quando deixamos a arquitectura exposta sem muletas sociais, o corpo das pessoas muda. Entram devagar, com a sensação de que podem estar a interromper algo ou a ocupar um lugar que não lhes pertence. E, no entanto, tudo ali foi montado para elas.


Talvez tenha ficado mais claro que o convite não foi para “uma festa no atelier”, mas para entrar no coração da prática. Onde se trabalha, onde se falha, onde se insiste, onde se discute, onde se constrói e onde se consegue. Talvez seja isso que deixa as pessoas hesitantes. Entram devagar, olham à volta, quase à procura de confirmação de que estão realmente convidadas. Eventualmente percebem que, no CA Dentro, a arquitectura não está disfarçada. Está como é.

E isso, de certa maneira, é o maior elogio que o CA Dentro pode receber. Quem veio, veio porque quis olhar. Quem ficou, ficou porque percebeu que havia ali qualquer coisa para decifrar: maquetes que não procuram perfeição, cadernos negros que revelam mais do que escondem, conversas interrompidas que retomam no meio da praça, fragmentos de projectos e momentos capturados em fotografia que contam mais do que qualquer painel polido.

CA Dentro #4

Ao longo dos dois dias vimos a mesma coreografia repetir-se. Primeiro, o passo lento a entrar; depois, o olhar que percorre o espaço à procura de algo; a seguir, aquele momento de aproximação às paredes e às mesas, como quem espia uma intimidade; e só depois a pergunta, ou o comentário, ou o sorriso. O ritmo das pessoas dizia muito.


Sentimos essa relação delicada entre abrir e ser aberto. As portas estiveram escancaradas, mas ainda assim algumas pessoas demoraram a sentir-se convidadas. Talvez porque não há espetáculo, talvez porque não há narrativa fácil, talvez porque aqui mostramos a versão verdadeira. E essa verdade tem matéria: as reuniões longas, as dúvidas, os testes, os detalhes e as pequenas obsessões que ninguém vê mas que mantêm tudo de pé. Mostrá-la é vulnerável e é precisamente por isso que faz sentido. Abrir o atelier é assumir que a arquitectura não nasce pronta, nasce do trabalho contínuo. Mostrar isso não nos diminui. Aproxima.

CA Dentro #4
CA Dentro #4
CA Dentro #4

A inauguração do nosso atelier na Avenida 31 de Janeiro reforçou essa sensação. Ao longo dos dois dias, vimos o espaço ser usado como sempre imaginámos. Lugar de encontro, de pensamento, de diálogo. Esse uso devolve-nos algo essencial: o atelier só existe em pleno quando há circulação de pessoas e de ideias.


E apesar do cansaço natural depois de duas jornadas longas, ficámos com a mesma sensação desde a primeira edição, de que não acabou. O CA Dentro encerra no calendário, mas não na prática. O que mostrámos não foi um evento mas sim a nossa forma de estar na arquitectura.


As portas voltam a fechar, sim. Mas não fecham completamente. Continuam a abrir-se a quem chega, sem programa, sem aviso, sem convite formal. É essa a parte silenciosa do CA Dentro, a permanência do gesto.

CA Dentro #4
CA Dentro #4
CA Dentro #4

Esperamos sempre mais. Não por ambição desmedida, mas porque a nossa arquitectura vive nessa exigência de ir um pouco mais longe.


E se há algo que estes dois dias confirmaram é isto: vale sempre a pena abrir a porta.

Mesmo quando alguns demoram a entrar.

CA Dentro #4

Para o ano mudamos o gesto. Abrimos a porta… e saímos. CA Fora.

CARVALHO ARAÚJO

carvalhoaraujo.com desenvolvido por Bondhabits. Agência de marketing digital e desenvolvimento de websites e desenvolvimento de apps mobile